O Mago Yazdromo - e sua torre em Nixor


O Mago Yazdromo

"e sua torre em Nixor"


Há quatro mil e seiscentos anos, em uma floresta até então desconhecida, às margens do rio Nixor, Yazdromo construiu uma torre para tranqüilamente realizar seus estudos alquímicos. Yazdromo não a construiu ali por acaso. Naquele ponto, onde a torre foi construída, é onde existia a maior concentração de mana naquele continente (o mana é uma espécie de combustível para a magia). Durante quatrocentos anos, Yazdromo viveu em paz em sua torre, estudando alquimia, aperfeiçoando suas magias arcanas e criando itens mágicos e/ou encantados.

No entanto, ele começou a perceber que cada vez mais jovens magos vinham a sua procura, em busca de aprendizado e conselhos. Ele percebeu também que os primeiros a quem ele ensinou (há uns duzentos anos) já eram magos experientes e também poderiam ensinar aos novatos. Isto inclui também um de seus primeiros pupilos, e que hoje é um de seus poucos amigos de inteira confiança, o atualmente famoso "Lord Lanckester".

Assim, ele começou a projetar a Escola de Magia e a construiu no limbo (ou plano etéreo, se preferir). Desse modo, qualquer magia que fuja ao controle não vai fazer mal a WorldZac. Seus professores foram bem selecionados, e cada um ficou cuidando de um tipo específico de magia. Mas, como o limbo não possui nada, também não possui mana. Então Yazdromo teve de utilizar também sua torre como um canalizador de mana para a Escola de Magia.

Com o passar dos séculos, porém, Yazdromo começou a se sentir mais e mais solitário. Embora ele sempre tivesse muitas visitas por dia, eram sempre rostos estranhos ou pouco comuns. Seus antigos amigos ou já haviam falecido, ou eram agora professores conceituados da Escola de Magia e estavam muito ocupados em seu árduo trabalho.

Paralelamente, Nixor começou a tornar-se um rio famoso (boa parte disso se deve a torre do mago Yazdromo), e uma cidade começou a desenvolver-se a seu redor: A Cidadela de Nixor, com divisões de aldeias de representantes de todas as raças mais comuns de WorldZac. Yazdromo então resolveu criar uma espécie de “loja de objetos mágicos” em sua torre, assim poderia ter maior contato com quem quisesse não apenas aprender magias, mas também trazer-lhe novidades de outras realidades, realidades estas alheias a vida dos arcanos.

É claro que Yazdromo é cuidadoso com seus itens mágicos, afinal, “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Ele, como um mago bem consciente, não vende nada que possa fazer mal a ele, ao planeta ou ao ecossistema de WorldZac. Todos os seus objetos podem ser teletransportados de volta para ele, não importa o quão longe estejam (é claro que ele só faria isso em último caso).

Alguns anos após a criação da loja, Yazdromo percebeu que seu estoque de comida estava acabando mais rápido do que ele imaginava; “devo estar comendo por dois”, pensou. Então, resolveu armar uma armadilha para ver se não eram ratos, doninhas ou outros bichos que estariam se servindo de sua comida e, no dia seguinte, verificar a armadilha. Mas quando chegou em sua despensa, viu que sua armadilha havia sido desarmada. Tentou por várias semanas, usando de armadilhas de caça a armadilhas bem elaboradas, com barbantes, redes e cordas. Para sua surpresa, todas elas também foram desarmadas.

Vocês devem estar se perguntando por que ele não fazia uma armadilha mágica... E a resposta é simples: essa era a única diversão que ele tinha naquela época. Passava horas e horas elaborando armadilhas fantásticas. O fato de não serem mágicas era um desafio para ele. Pensava consigo, “esse ladrãozinho só rouba para se alimentar mesmo”. Mal ele percebeu que o ladrão começou a xeretar outras coisas em sua torre. Alguns itens mágicos começaram a sumir. Outros como livros de magia começaram a sumir por alguns dias e voltavam dias depois.

Certo dia, Yazdromo estava preparando uma encomenda da realeza. O rei havia encomendado um colete com bolsos arcanos para seu pequeno filho. Nesses bolsos, poderia ser colocada qualquer coisa (até um elefante caberia, sem causar peso ou volume ao colete). Quando ele havia acabado o colete, este simplesmente sumiu. “Maldito ladrão”, pensou, “como pode ser tão escorregadio?”

Ele então resolveu criar (auxiliado por Zéfiro, um gnomo inventor) uma armadilha infalível, pela qual nenhum animal ou criatura inteligente conseguiria passar sem acionar.

No outro dia, foi verificar a fantástica armadilha, e encontrou lá um macaquinho. “Tanta confusão por causa de um simples macaco!” disse Yazdromo, dando grandes gargalhadas. O macaco estava vestindo o colete, e olhava para Yazdromo com medo por ter aprontado tanto e tantas vezes. Yazdromo teria motivos de sobra para acabar com a raça dele.

Mas ao invés disso, finalmente usou sua magia e descobriu onde o macaco ficou escondido por tanto tempo. A toca do macaco era no sótão. Viram que ele havia criado uma espécie de aposento de estudos mágicos lá. Yazdromo ficou abismado; havia alguns livros de magia por lá, vários itens mágicos, uma bela caminha de seda, um armário com estoque de comida, outro com estoque de componentes mágicos, dentre muitas outras coisas.

Também havia um livro no centro do quarto. Este livro Yazdromo não reconhecia. Folheando-o, percebeu que era o grimório do macaco. “Aprendendo a fazer magias as minhas custas!!!” Viu também que nas paredes havia pinturas que o macaco fizera de Yazdromo, sempre retratando-o quando este estava com expressão calma e feliz.

Vendo isto, Yazdromo foi até a armadilha onde o macaco estava preso e disse-lhe: “você entende o que eu digo?” e o macaco, ainda temeroso fez um tímido gesto de “sim” com a cabeça. E Yazdromo o soltou e perguntou: “Gostaria de morar sempre aqui comigo, pequenino, e me fazer companhia?”

Confuso, o macaco ficou estático. Esperava um terrível castigo e o mago o convida para morar lá? Ele ficou muito confuso mesmo. Vendo a hesitação do macaco, Yazdromo disse com uma voz meio entristecida: “se não quiser, não precisa”.

O macaco deu um pulo em Yazdromo, querendo dar o maior abraço da história. Com o susto, Yazdromo iria cair de costas. Mas antes dele acabar de cair, com um pequeno gesto das mãos, o macaco fez surgir uma dúzia de almofadas atrás do mago.

Yazdromo, vendo o potencial do macaco, o adotou como um filho. Colocou nele um nome simples, “Abú”, e lhe ensinou muito da arte arcana.

Yazdromo também enfeitiçou Abú com três grandes dons: Nunca Envelhecer (nem de mente e nem de corpo); Canalizar Mana (onde ele estiver, pode utilizar o mana canalizado pela torre); Voltar no Sofrimento (se estiver em muito perigo e/ou perto da morte, é teletransportado diretamente para a torre, desde que esteja neste plano de existência).

É que muitas vezes Abú sai e se alia a um grupo de aventureiros de bom coração em busca de aventuras e diversão. Uma vez que Abú está com um grupo de aventureiros, ele demonstra sua magia apenas em último caso, afinal os outros aventureiros também têm que se divertir. Às vezes mete o grupo em confusões, mas é raro.

Quando volta para a torre, Abú fica noites e noites, antes da ceia, contando suas peripécias para o mago, que fica feliz por ter um jovem companheiro cheio de novidades. 




A Torre de Yazdromo em Nixor

Mago Yazdromo em sua loja de objetos mágicos na torre

mapa interno da torre

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