Jiff de Citária - Fiel Devoto de Netuno

Jiff de Citária

"Fiel Devoto de Netuno"


O povo élfico é muito abrangente. Vivem nas florestas, no deserto, nas grandes cidades, em reinos construídos em grandes cavernas e, até mesmo, sob os grandes mares. Eles parecem até que estão por toda a parte. Eles poderiam dominar WorldZac se quisessem, mas preferem se unir as outras raças amigas, afim de ajudá-las a crescer (como um jardineiro faz com um pequeno rebento).

Por outro lado, talvez os elfos-do-mar ou elfos-submersos sejam os mais reclusos de todos, por causa de outra fronteira: aquela que divide o mar do ar.


No entanto, Slex, um elfo-do-mar, estava nadando nas proximidades de Citária, a Cidade do Porto, quando percebeu primeiro pela agitação das águas e, depois, pela sua visão aguçadíssima, que alguém se atirou ao fundo do mar.


Chegou perto e viu que era um jovem marinheiro que estava com o pé preso à ancora de um navio. Sem pensar em mais nada, o salvou e o levou à superfície, visto que o garoto estava inconsciente.


Chegando as docas, viu tanta gente, que simplesmente deixou o garoto lá e ia voltar a mergulhar, mas uma doce voz lhe pediu para parar. Ele parou, e viu que era uma bela elfa-terrestre (como eles costumam falar). Ela chegou perto e disse-lhe que seria eternamente grata por ele ter salvo a vida de seu filho. Ele então disse que poderia compensar esta gratidão com amizade.


Ambos concordavam e, nas noites seguintes, a luz das estrelas, ela ia pra junto da margem (do lado das docas) para conversar com Slex. Um sempre tentava satisfazer a curiosidade do outro, visto que eles eram de mundos diferentes.


Depois de algumas semanas, um elo de carinho foi se desenvolvendo entre os dois, até se transformar em paixão. Essa paixão fez surgir Jiff.


Mas um fato estranho ocorreu; quando dois tipos diferentes de elfos se juntam e geram uma prole, esta tem as características ou do pai ou da mãe. Mas, por capricho do deus Netuno, que queria muito um representante que pudesse ir tanto pelo mar, quanto por terra, Jiff teve as características de seu pai e de sua mãe.


Jiff teve uma infância comum, como qualquer elfo sobre a terra. Como morava em Citária, com o passar das décadas acabou por ser amigo e conhecido de todos na cidade. Mas, o que ele mais gostava de fazer era trabalhar no conserto de navios.


Certa vez, ainda em sua juventude, Jiff estava consertando um navio e viu que ele, como dizem, “fazia água”. Então, seu chefe sugeriu que mergulhassem e fossem ver de onde vinha a água, pois de dentro nada aparecia.


Jiff foi voluntário e mergulhou. Um minuto depois e ele não voltou. Cinco minutos e nada. Aos dez minutos, o chefe resolve chamar os outros marinheiros para resgatar o corpo de Jiff.


Quando chegaram embaixo do barco, vêem Jiff remendando o casco com umas tábuas e ainda com uns dois pregos seguros pela boca. Achando que era uma assombração do Jiff, muitos dos marinheiros que mergulharam fugiram. Mas o chefe, quando viu que era mesmo o nosso Jiff, ele fez um gesto para ele, como quem pergunta se está tudo bem, e Jiff, com um olhar calmo e sereno, disse que estava tudo jóia.


O chefe voltou e ficou esperando. Depois de duas horas e meia Jiff sobe e, para o espanto de todos falou ao chefe – Desculpe parar o trabalho no meio, é que eu... – aí os outros o interromperam como que tentando terminar a frase dele – ... estava sufocado! – ou ainda – ...não agüentava mais engolir água! – mas Jiff, indo até a saída das docas em direção a taverna, vira-se e diz: – ... é que eu estava morrendo de fome... – e todos deram ótimas gargalhadas.


Depois, na taverna, Jiff revelou-lhes que nem ele mesmo sabia que podia ficar horas embaixo d’água. E ainda mais, respirando a água.


Jiff foi crescendo, e sempre ajudando as criaturas marinhas. Ora recolhendo destroços de navios que caiam no mar ora desencalhando alguns filhotes de baleia da praia – Porquê elas sempre vem pra cá? – era o que ele se perguntava.


Na noite em que ele atingiu a maioridade, todos já tinham ido para seus lares, menos Jiff, pois não estava cansado ainda e tinha os olhos mais aguçados que os de um elfo comum. Havia ficado pra terminar um serviço.


Assim que estava para ir pra sua casa, Jiff sentiu que o mar estava diferente. Se aproximou e o mar tomou a forma de um gigante. Este se apresentou a Jiff como Netuno.


Netuno disse que tinha observado-o desde que nascera e que ele seria a melhor pessoa pra disseminar o bem de Netuno entre os povos, tanto sobre a terra, quanto abaixo dela, tanto pelo mar, quanto abaixo dele.


Jiff se sentiu honrado, mas disse que não estava a altura, que não sabia como falar com as pessoas, e se não seria melhor um clérigo ou sacerdote de Netuno para tão importante missão.


Netuno então, sem deixar ele falar muito mais, disse que o mais importante ele já tinha, que é a honra, a sensatez e, além disso, a confiança de Netuno para essa missão sagrada. E que ele não queria dar esta missão para nenhum clérigo dele, pois sentia que a corrupção reinava em suas igrejas e catedrais.


Indignado, Jiff falou que iria se vingar de quem quer que estivesse fazendo mau uso da fé. No que Netuno falou – Não quero vingança, e sim, que você mostre a minha bondade com seus atos.


E deu a Jiff, além do dom da palavra, muitos outros poderes, como criar água, abençoá-la, controlá-la (como se ela estivesse viva), caminhar nela e até respirar embaixo dela. Pode falar com animais marinhos e até com o próprio Netuno... Pode também santificar em nome dele e descobrir a verdade por trás das mentiras dos homens. Ganhou também muita proteção divina de Netuno para as coisas da vida (enquanto a fé de Jiff for forte) e até o poder de curar os outros pela fé.


Talvez por azar, talvez pela vontade de seu deus, ninguém além do próprio Jiff presenciou o encontro, o que o torna bastante duvidoso.


Netuno ainda disse a Jiff que, com o passar do tempo, ele encontraria pessoas capazes de lhe ensinar a chamar a atenção das massas. Mas, enquanto não as encontrasse, Netuno mandou ele aventurar-se por outras terras, para treinar seus novos dons e conhecer o coração daqueles com quem ele futuramente iria conversar.


Com isto, uma semana depois Jiff deixou Citária e partiu para a Cidade-Estado de Zac, onde conheceu muita gente. Conheceu Endelion, clérigo de Diana, a deusa dos elfos e dos caçadores e, o que foi ótimo, eles não se desentenderam (como as facções religiosas do mundo real)... ao invés disso, viram que os dois deuses tinham muito de bom, que eram justos e sábios.


Endelion deu um amuleto de Diana a Jiff. Bom, nosso caro Jiff estava apenas começando sua jornada e, como não tinha amuletos para lembrar as pessoas de seu deus, ficou desconcertado. Endelion, vendo o embaraço de Jiff, lhe mostrou como faze-los. Primeiro comprou com ele fios de prata, depois lhe ensinou a moldar a prata com fogo. Criaram três dezenas de pequenos tridentes com as pontas arredondadas para não machucar os fiéis, sendo também de uns quatro dedos de altura e com um espaço no fundo do pequeno cabo para passar uma corrente (para colocar no pescoço, é claro).


Depois veio o mais sagrado. Jiff teria que levar os amuletos ao seu deus para ele abençoá-los. Bom, o caminho mais rápido para o mar é indo para a Cidade da Ponte. Então, lá foi nosso amigo Jiff, agora com a viagem protegida não só por Netuno, mas por Diana também.


No caminho, passa por muitas pessoas a pé, a cavalo, a cachorro (os hobbits, particularmente, são tão pequenos que usam cachorros de montaria), além de muitas carroças e até algumas carruagens. Uma carruagem em especial lhe chamou a atenção, pois era descomunal e, sobre ela, tocando os inúmeros cavalos que a puxavam, estava sentado um meio-elfo de cabelos verdes.


Jiff até parou para olhar melhor. O condutor da carruagem percebeu isso e parou-a. Lá do alto da carruagem fez uma reverência e disse ao Jiff que se chamava Mist, que era um bardo e que iria se encontrar com mais dois bardos que o aguardavam na Cidade-Estado de Zac e, dentro de quatro noites, iriam fazer um grande show mambembe por lá. Acabou ainda falando a Jiff que não faltasse, pois seria o maior espetáculo de sua vida.


Mas Jiff sente que tem de ir ao encontro de seu Deus e deixar a diversão para os outros, então continua sua jornada para a Cidade da Ponte.


Chegando lá, ele entra nas águas até os joelhos e começar a orar em nome de seu Deus... de repente as águas começam a se movimentar como da outra vez e Netuno aparece em sua frente novamente. Jiff mostra os amuletos e Netuno abençoa cada um deles e, no último (o que Jiff deveria usar por toda a vida), Netuno coloca um pouco de seu próprio poder, e diz que esse amuleto o protegeria em tempos de dificuldade.



Jiff recebendo a bênção do Deus Netuno

Em seguida Netuno olha paternalmente para Jiff e, usando seu poder, coloca o amuleto especial no pescoço de Jiff. Depois Netuno novamente desaparece em meio às águas (a praia estava cheia de gente, mas para o azar de Jiff, novamente ninguém pôde presenciar o fato, porque Netuno só ficou visível aos olhos dele).

Agora Jiff terá de escolher vinte e nove seguidores para ajudá-lo em sua saga em busca de novos fiéis. E parte logo em seguida.


Mas, no caminho, ele viu uma gigantesca carruagem com vários cavalos, parada na beira da estrada. A reconheceu na mesma hora... era a carruagem do bardo Mist. Por que ela estaria ali parada? O que será que aconteceu ao bardo?

Jiff começou a investigar. Viu que não tinha sinais de violência na carruagem e, portanto não poderiam ser ladrões. Afastando-se da estrada, Jiff percebe em uma poça pegadas que poderiam ser de Mist. Ele então, pega um dos cavalos da carruagem e segue na direção das pegadas.

Ainda sem encontrar Mist ele escuta um grande rugido. Seguindo um pouco mais floresta a dentro, ele vê Mist travando uma luta com um dragão negro. Vê ainda que o dragão segura, com uma das patas, uma donzela gravemente ferida. Sem pensar duas vezes, Jiff corre para ajudá-lo. Juntos eles derrotam o poderoso inimigo e conseguem salvar a donzela.


Mas ela, gravemente ferida, desmaia. Jiff a deita sobre a grama fofa e, desesperado e sem saber o que fazer, pede auxílio ao seu Deus. Nisso Netuno aparece (mas, novamente só Jiff o vê) e ordena que busque um pouco de “erva-do-rei”. Jiff, não conhecendo esta erva, pede ajuda a Mist para procurá-la.


Rapidamente Mist a acha, mas diz que não sabia que aquela planta tinha dons medicinais. Netuno então ordena que Jiff a ponha numa cumbuca (que ele tinha em sua mochila) e ponha água também. Depois para amassar bem, com as mãos, a planta na água. Ao mesmo tempo, Netuno abençoava aquela mistura. Depois Netuno disse apenas para Jiff a curar e sumiu.


Jiff deu um pouco da mistura para ela beber, também untou-lhe as feridas com a mistura e passou-a também pelo seu rosto. Logo, a cor dela voltou, seus olhos se abriram e, o mais incrível, todas as feridas tinham sumido.


Ela se apresentou, disse que se chamava Miríade e que estava um pouco longe de casa. Que morava na Floresta Verde. Ela estava cortando caminho por ali e não percebeu que entrou no território do dragão. Ainda bem que Mist viu a cena do alto de sua gigantesca carruagem e foi ajudá-la. E graças aos céus que Jiff veio para ajudá-los também, ou esta história teria um final bem diferente.


Jiff então entrega um símbolo de Netuno a Mist e outro a Miríade e lhes diz que se confiarem em Netuno ele os protegerá. Mist e Jiff se despedem de Miríade e voltam para a carruagem.


No caminho de volta à Cidade-Estado de Zac, Jiff percebe que Mist é um dos grandes amigos que virão pelo seu caminho. Dito e feito; Mist foi quem mais o ensinou a como se dirigir as pessoas, tocar-lhes os corações e iluminar-lhes a alma.


Agora os dois primeiros escolhidos foram encontrados. Será que Jiff conseguirá um dia encontrar os outros?


Embora a verdadeira natureza de Jiff seja permanecer em terra firme, nada o impede de adorar Netuno, pois ele já singrou todos os mares de WorldZac (e até o fundo deles...). E hoje, Jiff é o maior e mais fiel devoto do Deus Netuno em toda a WorldZac.


Uma coisa que ele não sabe é que sua mãe já havia tido outro homem antes de seu pai. Desta vez um humano, e desta relação nasceu o próprio Zac.


Jiff se tornou bastante famoso por suas proezas em nome do grande Deus Netuno e continua até hoje a se aventurar por todas as terras de WorldZac, tentando difundir a fé em seu Deus...


Os trinta amuletos descritos acima, na história de Jiff, foram abençoados pelo próprio Deus Netuno. Eles são indestrutíveis. Jiff depois teve a permissão de Netuno para ele próprio abençoar novos amuletos, mas estes não são indestrutíveis, embora sejam bem resistentes.


Os amuletos são como itens mágicos, que têm a fé como combustível... mas quando seus portadores precisarem de ajuda, têm de lembrar-se de Netuno e ter bastante fé nele para serem ajudados... enquanto não lembrarem, podem até morrer que nada acontece... 



Jiff com alguns amigos em peregrinação

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